terça-feira, 9 de novembro de 2010

Justiça seja feita

Recentemente, através de um desses sites de relacionamentos existentes, uma jovem paulista estudante do curso de direito se tornou o centro das atenções por expor seus sentimentos num desabafo, em virtude de seu candidato, ou candidata, não ter sido eleito. Isso gerou uma repulsa por parte de alguns juristas pernambucanos.
Ela julgou e condenou, segundo seu prisma, em seu infeliz comentário, os “nordestinos”, e os juristas pernambucanos não fizeram diferente.
Sou estudante de comunicação social, não entendo muito bem a máquina da justiça. Mas compreendo perfeitamente que o julgamento deveria partir de outra esfera, a social, onde muitos de nós reproduzimos quadros e vivências que só multiplicam atitudes como as dessa jovem. Propagandas onde o marido ordena a esposa que troque a pastilha sanitária (ele estava no banheiro, o que o impedia de fazê-lo?), letras de músicas que explicitam as mulheres como um mero objeto (e o pior, é que são cantadas por mulheres), eu poderia passar todo o tempo expondo vários outros exemplo, mas gostaria de nos fazer pensar numa coisa:
“Não que esteja sendo contra ou a favor dessa jovem, mas digamos que as pessoas que a condenam tenham ganham essa batalha judicial (claro, de fim financeiro), a quem seria pago o valor estipulado pelo juiz? E, como eles falam em justiça, se a própria escolha de quem vai ocupar seus cargos não nem um pouco democrática?

Até quando?


Uma das propostas é que o ENEM seja a porta de entrada do estudante na universidade, além de avaliar como o ensino médio, e, conseqüentemente, o fundamental, em nossas escolas, sejam elas públicas ou privadas. O estranho é que desde que isso tomou maior “atenção”, a elaboração e execução do ENEM tem dado um show a parte:
Gráficas ligadas a deputados, de onde vazam gabaritos; cadernos de provas com formatação incoerente, horários incompatíveis com as diversas regiões do país que não participam do horário vigente. Enfim, uma série de fatores que contribuem para que o estudante brasileiro não tenha a devida credibilidade para com o ENEM.
Por outro lado, não podemos deixar de ressaltar a eficiência do antigo vestibular, onde cursinhos de salas abarrotadas despejam sobre os estudantes uma verdadeira “tsunami” de informação. As quais lhes foram – ou ao menos deveriam – passadas durante seu histórico escolar. E, também, as altas taxas cobras no ato das inscrições dos vestibulares das universidades.
Antes, quando as notas obtidas no ENEM não contavam em nada para o ingresso nas universidades e assuntos afins, nada disso acontecia. Talvez estejamos progredindo retoricamente, ou regredindo rumo ao futuro. Não sei. O fato é que cada vez mais, os interesses individuais, ou de certos “coletivos” atrapalham a educação e fortalecem ainda mais sua comercialização.
Não sou um “Doutor” no assunto, mas ainda acho que deveríamos investir mais na educação de base, e não fazer dela um ambiente de reclusão, uma escola que nos sirva como depósito de crianças e de nossos educadores, meros tutores (para não dizer babás) de nossos filhos – ainda não tenho, mas que quando os tiver, não será essa escola que eu quero para eles - .